Por Jornal Oeste
Referência nos estados de Mato Grosso e Rondônia no tratamento de doenças tropicais, principalmente dermatológicas, desde 1972, o Hospital O Bom Samaritano chegou ao fundo do poço: com salários atrasados há mais de 2 meses e sem recursos para comprar materiais de curativo, medicamentos e comida para os internados, o hospital está de portas fechadas para novos pacientes.
A direção do HOBS encaminhou, nesta quinta-feira, ofício ao Escritório Regional de Saúde, informando que está suspendendo o recebimento de novos pacientes. Ou seja, mesmo pacientes que tenham doenças como hanseníase ou pênfigo (fogo selvagem) necessitem de transferência na unidade, não serão atendidos.
O hospital se mantém, basicamente, do repasse pactuado com o Governo do Estado, no valor de R$ 53.880,00 por mês, e está sem receber nenhum repasse desde março deste ano.
Só com a folha de pagamento de 36 funcionários, o hospital desembolsa cerca de 40 mil reais por mês, mais 13 mil de encargos.
Historicamente o hospital vem se equilibrando com a realização de shows de prêmios, doações de empresários, particulares e até de eventos realizados por clubes de serviços, como Rotary e Maçonaria. Segundo o Gerente Administrativo Ronaldo Bartolomeu, o hospital precisaria de no mínimo 80 mil por mês para se manter e atender à demanda.
A direção do hospital já tentou várias alternativas para repactuar os valores repassados, inclusive, apelando ao deputado Doutor Leonardo, que já trabalhou no hospital, mas, sem sucesso. Recentemente, o Governador Pedro Taques (PSDB), afirmou em entrevista que "não tem compromisso com os hospitais filantrópicos".
No entanto, diferentemente de outros hospitais filantrópicos que atendem, também, por planos de saúde e até contra pagamento em dinheiro, o atendimento no Hospital O Bom Samaritano é exclusivamente gratuito e pelo SUS.
Os pacientes que já se encontram internados permaneceram até terem alta, mas, o hospital continuará a não receber mais pacientes.