Por Tarso Nunes - RD News
A 35ª fase da Operação Lava Jato realizou busca e apreensão numa fazenda, em Rondonópolis, do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Conforme informação do auditor da Receita Federal, Roberto Leonel de Oliveira Lima, há suspeita de que houve a utilização de “laranjas” para aquisição da fazenda, além de o local estar escriturado com valor abaixo do real, o que interfere no valor pago dos impostos.
Ex-ministro Antônio Palocci teria comprado fazenda em Rondonópolis com valor na escritura e da declaração abaixo da validade de mercado utilizando laranjas
“Na verificação de valores transacionados nesta operação, possivelmente há indícios que houve subfaturamento na declaração ou na escrituração”, disse o auditor em coletiva nesta segunda (26), na sede da PF em Curitiba (PR), transmitida online.
Essa fase da operação, intitulada Operação Omertà, tem por objetivo investigar indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antônio Palocci com o comando da principal empreiteira do país, a Odebrecht. O ex-homem-forte do Governo Lula foi preso em São Paulo, em sua residência. Ele é suspeito de receber propina da empresa.
Aproximadamente 180 policiais federais e auditores fiscais cumprem 45 ordens judiciais no país, sendo 27 mandados de busca e apreensão, 3 mandados de prisão temporária e 15 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos.
Dentre as negociações identificadas, foi possível delinear as tratativas entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal.